sábado, 15 de novembro de 2008

Não fazer nada

Porque hoje é sábado, ainda não fiz nada. É bom o sábado. O domingo nem tanto. Depois de almoço já cheira a trabalho e o meu trabalho nunca me deixa em paz, só mesmo nas férias. Carrego-o comigo para onde vou.
Definitivamente, ganhar o euromilhões é o meu desejo mais recôndito. Era bom.
Gostavas? Eh! Só usar relógio como acessório de moda, poder frequentar um SPA todos os dias, praticar ioga, frequentar o ginásio, dançar, ser massajada, ler e poder não fazer nada, nada, nada. Quando estou assim com disposição para o nada vem-me sempre à memória Fernando Pessoa.

Ai que prazer
não cumprir um dever.
Ter um livro para lere não o fazer!
Ler é maçada,
estudar é nada.
O sol doira sem literatura.
O rio corre bem ou mal,sem edição original.
E a brisa, essa, de tão naturalmente matinal
como tem tempo, não tem pressa...

Era assim que eu queria: não ter pressa. Poder saborear os cheiros de Outono, a chuva lá fora e eu no calor da cama, com a minha gata aos pés, a ronronar. Alguns dias passá-los entre chávenas de café fumegantes e o crepitar da lenha na lareira.
O que vale amanhã a fantasia desvanece, recolhe-se num lugar mais à sombra, até à próxima sexta-feira.

2 comentários:

saltapocinhas disse...

a tua escrita e depois - só para confirmar o que já desconfiava - a tua gata - denunciaram-te!!
e o leãozinho, do caetano, também! :)
e tinhas um blog e não dizias nada, sua safada!

leãozinho disse...

Cusca! Não posso ter nada às escondidas. Vai ver o que eu escrevi no outro e a lagarta dos pirilampos..