terça-feira, 26 de maio de 2009

Professores em greve

Os professores estão em greve. Mas quem se importa com isso?
Pelas escolas onde passei havia garotada, os meninos estavam arrumados. Além disso que perdeu foram eles, os grevistas. É que, tanto quanto eu sei, os ordenados ficam retidos nos cofres do Estado, nunca os donos o irão ver. Acho que já é 3X0, a favor do Sócrates.
O mesmo se aplica a todos os funcionários públicos. Não vão trabalhar, ficam sem dinheiro e o trabalhito fica lá, esperando por eles.

sexta-feira, 20 de março de 2009

A RAÇA MAIS ODIADA

Ouvi dizer que os ciganos são a raça mais odiada pelos portugueses.
Qual será a raça mais odiada pelos ciganos? E os ciganos, no geral, será que têm algum interesse ou fazem alguma coisa para que as coisas sejam diferentes. Já alguém lhes fez um referendo e perguntou se eles queriam ser integrados? Outra questão: por que motivo têm estas pessoas os mesmos direitos que os outros e não têm os mesmos deveres?
No meu quotidiano há ciganos. Frases que já lhes ouvi:
_ A mulher cigana trabalhar? Nem pensar. A cigana é para a cama.
_ Eu não posso trabalhar se não deixo de ter dinheiro para sustentar a minha família. O Rendimento de Inserção é pouco, mas sempre é maior do que o ordenado mínimo.
_ O cigano é um povo livre, não pode viver preso ao trabalho.
_ As meninas casam cedo, para os homens terem a certeza de que são virgens.
Não fui eu que inventei, eu ouvi estas frases a conversar com eles. Não os odeio, nem os temo. Gosto de os ouvir, visito os três acampamentos que rodeiam a zona em que vivo. Acho que têm direito à diferença , têm direito a viver à sua maneira e os brancos não têm o direito de intervir em nada, nem de os querer diferentes e quando digo nada é mesmo nada. Qualquer pessoa tem direito a não trabalhar e eu tenho direito a não querer dar-lhe nada para que possa viver sem trabalhar. Se os outros povos e as outras raças são capazes de sustentar a sua cultura, por que motivo têm os ciganos de ser sustentados e mais apoiados que os outros povos e as outras raças?
Porém, no caso de haver alguém que queira adoptar alguns dos hábitos que os brancos acham bons hábitos, devemos apoiá-los. Por exemplo, quando querem as suas crianças na escola, quando procuram emprego ou uma casa para alugar. Sublinho: se e só se mostrarem interesse, caso contrário, estamos a invadir o seu espaço e a impingir-lhes o nosso modo de ver o mundo. Não está certo, se fosse cigana também não gostaria.

terça-feira, 17 de março de 2009

NEGLIGÊNCIA PATERNA

Um desgraçado, por um motivo desconhecido de todos, deixou que o filho morresse dentro de um carro. Há gente com vontade de o cruxificar. Ninguém quer conhecer os problemas daquele homem e se tem problemas que os resolva. Por enquanto, enche as páginas dos jornais, enche de dinheiro os donos dos jornais e aumenta as audiências televisivas. Será que já alguém se perguntou sobre as condições de trabalho daquele infeliz. Quantas horas trabalha por semana? Será que tem o emprego garantido até ao fim do mês? E o seu ordenado, dará para pagar as contas mensais?
Exige-se tudo daqule infeliz, os pais da garota que andou à porrada à professora, ninguém exige nada, nem sequer são responsabilizados pelo que a criatura fez.
Quem tem garotos adolescentes a praticar desacatos na rua, não os está a negligenciar? Quem deixa os seus filhos de doze e treze anos, à noite, nas discotecas e bares, não os está a negligenciar?

domingo, 18 de janeiro de 2009

A Importância da Carreira

Há umas dezenas de anos, era eu ainda uma adolescente sonhadora, dizia-se que, não tardaria, o Homem, com ajuda da tecnologia, teria muito mais tempo livre para se dedicar ao lazer. Já na altura eu achava um disparate. Aumentando o número de máquinas, aumentaria o número de pessoas dispensadas, logo o desemprego cresceria. Mesmo assim, eu era uma garota crédula e pensava que os crescidos é que sabiam e também ainda acreditava que quem escrevia e emitia opiniões fazia-o com responsabilidade, era gente inteligente e não ia dizer um disparate daqueles sem saber o que estava a impingir ao povo. Mas não, nessa altura começou cada um a dizer o que lhe apetecia até que chegámos à actualidade, onde até eu tenho a ousadia de me pôr para aqui a escrever quando não tenho mais que fazer.
Passaram os anos e que vemos nós. As poucas pessoas que conseguem empregos não pensam em outra coisa. Trabalham sem horários, não olham para os lados no que conta a ganhar mais dinheiro, chegam a ter dois empregos . Filhos, família, saúde, o que é verdadeiramente essencial para nos dar felicidade ficam muito atrás da grande prioridade que é manter o emprego e ter uma grande carreira.
Mas para que raio quero eu uma grande carreira se não me é permitido viver?
Se a carreira não me serve eu não quero servir carreira nenhuma.
A carreira enfia cada vez mais o Homem nas grandes cidades. Quanto mais enfiado está na cidade mais sozinho se encontra. Se alguma coisa corre mal ( e há sempre algo que corre mal), come Xanax , Prozac … entre as pizzas do almoço e os hambúrgueres do jantar. Família não sabe onde está, ou então ficou tão lá para trás que nem sabe o que isso foi, só incomodava. Amigos também não, não há tempo para ter amigos e alguns eliminou-os na sua ascendência até ao topo da carreira. Mas não faz mal, ainda tem a sua carreira. É lá que está bem, no emprego, com seus negócios. Quando chega a casa, adormece, aconchegado por mais um comprimido para dormir. E diz que não se droga.
Não sabe fazer nada, não tem mais nada, caso perca a carreira torna-se um sem abrigo.

terça-feira, 13 de janeiro de 2009

Estou farta

Estou farta, farta , farta...... dos Cristianos Ronaldos, das Lilis Caneças, das Bárbaras Guimarães, da Amáila e até do Afonso Henriques, mas ao menos este último, que foi o primeiro, arriscou a pele. Os outros limitam-se a fazer aquilo que mais gostam, alguém descarregou talento em cima das suas cabecinha douradas ( qual é o talento da Caneças?E da Cinha Jardim? E do Sócrates?) e nós, os burros, temos de aturar aqueles gajos todas as noites, quando regressamos a casa, depois de vivermos um terço do nossos diazinhos em empregos que às vezes nem gostamos e que não interessam a ninguém. Isto se tivermos emprego!
Ser médico, o que é isso? Quem precisa de médicos ou de enfermeiros? Trolha, quem quer ser trolha, quem precisa de um trolha? Está visto que ninguém. Quem se incomoda com o tipo que plantou as batatas que comemos? Úteis são a Luciana Abreu, o Mourinho, a Cinha Jardim, a Catarina Furtado, aquela dos lábios de silicone que anda com um homem novo cada semana e que eu não me lembro agora do nome. Esses sim, trabalham, são gente digna, de mérito. portugueses que as nossas crianças devem seguir como exemplo.

quinta-feira, 1 de janeiro de 2009

Bem vindo 2009

Outro ano a descontar no resto que ainda há para eu viver.
E lá ouvi e vi as diversões dos outros na televisão. Lá repetimos aquelas frases feitas de bom ano, sem ter fé nenhuma no que dizemos porque na melhor das hipóteses o ano será igual ao que passou e na pior das hipóteses vai ser pior. Ah! Depois são os rituais patéticos de comer doze passas e de nunca ver os desejos que pedimos, enquanto as comemos, realizados e também temos de vestir roupa de não sei que cor, para dar sorte, apesar da sorte ser sempre pouca. O que nos vale é que somos bons portugueses, podemos ter uma perna partida, mas consolamo-nos porque não partimos as duas, estamos desempregados mas resta-nos a esperança e a saúde, se perdemos a saúde, não faz mal enquanto cá estivermos está-se bem, finalmente quando mortos “_Coitadinho, agora está descansado, pelo menos já não sofre mais.”
Os rituais prolongam-se pelo dia fora. A televisão enche-me a paciência com as reportagens dos outros anos. Bem que podiam dar folga aos funcionários, como fizeram os supermercados e o dono da minha padaria. Ele é o fogo de artifício na Madeira, os hotéis lotados na Serra da Estrela e no Algarve, os banhos de Carcavelos, as festa em lugares recônditos do país, onde ninguém gostaria de viver, os acidentes na estrada e os excessos dos foliões desregrados. O costume. Para alguns, amanhã já acaba tudo, para outros é só na segunda feira. Ainda bem que o país retoma o sossego e a crise o seu lugar de honra.
Mas não posso passar sem dizer como entrei no novo o ano. Nem comi as passas, nem bebi champanhe, nem me empanturrei com comida, mas dancei, dancei e muito. Diverti-me à grande, como é costume quando vou dançar e não preciso de esperar pelo início de cada ano. Sempre que posso, eu faço festa. Habitualmente aguento-a até ao fim, desta vez não consegui. Desta vez prolongou-se pela madrugada. Às 4 horas, os meus pés já não cabiam nos sapatos e hoje só querem chinelos e mal os posso colocar no chão.
Não resisto à vulgaridade: Bom ano para mim!