Vejamos. Vendo uma parte do meu corpo, corro o risco de me baterem ou de me mal tratarem de outra forma qualquer e ninguém me defende. Trabalho de dia e também à noite. É conforme o que aparece. O meu patrão, a quem me apetece chamar um nome feio, escolhe a parte do ordenado que me quer dar e fica com o que lhe apetece. Apanho doenças, não físicas, mas mentais.
E por aqui me arrasto, de mão em mão, até que a parte do corpo que trago à venda ficar velha. Nessa altura, serei posta de lado, certamente sem reforma, e substituída por uma nova e fresca.
E pensava o meu pai, que ao pôr-me a estudar, iria dar-me a liberdade, a independência. Melhor faria se tivesse investido todo o seu dinheiro em roupas bonitas e me permitisse andar em ambientes requintados. Talvez tivesse arranjado um homem endinheirado. Hoje estaria divorciada e talvez rica.
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